Para os grandes amantes do futebol, existem alturas do ano que são bastante entusiasmantes, como é o caso dos oitavos-de-final da maior prova de competição de clubes, a Liga dos Campeões. A terceira semana desta fase da competição que marcou o início dos jogos da segunda mão contou com partidas escaldantes, emocionantes, resultados e reviravoltas inesperadas mas, acima de tudo, com aquilo que qualquer amante de um dia de jogo mais espera, isto é, inúmeras bolas a furar as redes das balizas e a desmontar um sistema defensivo de uma equipa, consequentemente.

Os espectadores que estiveram atentos ao desenrolar dos acontecimentos dos encontros de terça-feira tiveram a possibilidade de assistir ao mesmo filme da primeira mão. Tanto o Real Madrid como o Bayern Munique igualaram os resultados que haviam conquistado nos seus redutos. Tal como no jogo do Bernabéu, o campeão europeu começou também em solo napolitano o jogo em desvantagem. Aos 24 minutos, Mertens abriu o marcador e a equipa napolitana reduzia, assim, a desvantagem na eliminatória. Embora sem grande exuberância em termos exibicionais, o Real Madrid aproveitou as bolas paradas para acabar com as esperanças napolitanas. Através de dois cantos de Toni Kroos, Sérgio Ramos bisou aos 51 e 57 minutos. Na fase terminal do encontro, ainda houve tempo para Álvaro Morata efetuar o terceiro golo dos Merengues.

Relativamente ao outro duelo, o Arsenal começou a tentativa de uma “missão impossível” da melhor maneira. Theo Walcott, com um grande remate, colocou os gunners em vantagem à passagem do minuto 20. Contudo, o Bayern Munique mostrou uma tremenda capacidade de reação, uma invejável capacidade física e automatismos tremendos no seu modelo de jogo. Posto isto, assistiu-se a uma eliminatória humilhante para a formação inglesa, visto que voltariam a sofrer novamente 5 golos do campeão alemão. Em terras de sua majestade, Lewandowski, Robben, Douglas Costa e Arturo Vidal (duas vezes) foram os carrascos da equipa liderada por Ársene Wenger.

Para quem quis ou teve o privilégio de poder acompanhar os jogos de quarta-feira tiveram a possibilidade de observar um filme completamente diferente, com final feliz para Borussia Dortmund e Barcelona. A equipa alemã, após perder por 1-0 no Estádio da Luz, entrou praticamente a vencer perante os seus adeptos por intermédio de Aubameyang. Apesar de o Benfica ter conseguido equilibrar a partida durante a restante primeira parte e os instantes iniciais da segunda, os golos de Pulisic (aos 58 minutos) e o bis de Aubameyang (aos 61 minutos) num curtíssimo espaço de tempo abalaram animicamente os pupilos de Rui Vitória. Neste contexto, ainda houve tempo para o goleador gabonês do Borussia realizar um hat-trick quando o relógio marcava o minuto 85.

A partir de agora vai ser contado algo nunca antes visto, pois foi a primeira vez na história das competições europeias que uma equipa conseguiu dar a volta a uma desvantagem de 4 golos sem resposta numa eliminatória. Este feito foi alcançado pelo campeão espanhol, Barcelona, depois de derrotar por 6-1 o PSG em Camp Nou. Num espírito determinado e completamente fora dos parâmetros normais, o Barcelona chegou a estar a um golo de igualar a eliminatória, no entanto Cavani impossibilitou qualquer esperança de prolongamento, ao faturar em solo catalão. Nos últimos sete minutos de jogo, comandados por Neymar, os jogadores blaugranas operaram um milagre. Aos 88 minutos, o brasileiro cobrou um livre na perfeição, colocando a bola no ângulo direito de Trapp. Dois minutos depois, Suárez foi puxado por Marquinhos na área e o árbitro marcou penalty. Neymar foi para a cobrança e anotou o quinto. No último minuto de jogo, o Barcelona colocou toda a sua equipa na área. Neymar levantou com categoria para Sergi Roberto, que fugiu competentemente à marcação e que se esticou todo, marcando, deste modo, o sexto golo do clube catalão e garantindo a vitória histórica do conjunto orientado por Luís Enrique.